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Foto do escritorClínica Vias do Saber

Educação Domiciliar ou homeschooling: uma opção viável em tempos de/pós pandemia?

A clínica Vias do Saber realiza mais de três mil atendimentos anuais. São famílias que procuram a equipe multiprofissional para auxílio quanto aos problemas de aprendizagem. Relatam que a criança não acompanha o ritmo da turma e na maioria das vezes, tornam-se agressivas, tristes e até desmotivadas. Relatam ainda que seus filhos observam o livro do colega aberto e quer fazer o mesmo tipo de atividade, mas não consegue. Uma criança nos relatou que fica batendo na sua cabeça para ver se ela muda um pouco.



Após consultas e avaliações, a família recebe o diagnóstico ou o alerta para dificuldades de aprendizagem. Pode ser um transtorno específico ou global, ou as limitações se devem a um déficit cognitivo ou a déficits atencionais.




Muitas vezes, a discrepância entre o rendimento acadêmico da turma é considerável em relação a criança avaliada. O atraso pode ser acima de 5 anos.


E nesta hora, os pais questionam se seu filho conseguirá acompanhar os colegas da sala na realização das tarefas. Dependendo do comprometimento, aulas de reforços, tutorias não conseguem resolver e os pais tem argumentado sobre a educação domiciliar, conhecida como homeschooling.


Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança por Stephen Hawking

O tema foi muito discutido em 2019. A Revista Nova Escola de 22 de abril de 2019, apresentou uma reportagem que retrata bem o movimento no Brasil e as conclusões tiradas.

Muitos educadores e neurocientistas questionaram sobre a importância da criança estar junto com os seus pares. E de fato, a interação é necessária para a formação, não só cognitiva mas comportamental. Porém com a atual pandemia do Covid-19, a discussão volta com força maior.

Revista Nova Escola - Abril/2019 | Edição 321

As crianças estão privadas de um convívio social, devem portanto, evitar estar em ambientes coletivos. Os pais tiveram que organizar rapidamente um ambiente de estudo domiciliar. Algumas escolas disponibilizaram estudos em plataformas digitais e a família se vê numa correria alarmante e pouco organizada.


Então, pais cujas crianças tem um desempenho bem distante do esperado para a idade e etapa percebem que é uma oportunidade de inserir seus filhos neste regime de educação.


A criança pode sofrer menos se as atividades forem feitas observando o seu nível pedagógico. Os pais podem então entrar com processo judicial pois o assunto ainda não está totalmente estabelecido no Brasil. Apesar de não haver legislação permissiva, estima-se que cerca de 7 mil famílias e 15 mil crianças e adolescentes praticavam o ensino domiciliar em 2018 de acordo com a Revista Nova Escola, 2019.


O projeto de lei n.º 2.401, de 2019 esclarece no artigo 4º que a opção pela educação domiciliar será efetuada pelos pais ou pelos responsáveis legais do estudante, formalmente, por meio de plataforma virtual do Ministério da Educação. Esclarece ainda sobre documentações e termo de responsabilização pela opção de educação domiciliar assinado pelos pais ou responsáveis legais. Além de certidões negativas da justiça, ainda se solicita o plano pedagógico individual, proposto pelos pais ou pelos responsáveis legais.


Organizar um plano pedagógico individual para uma criança é uma tarefa que exige mais que boa vontade, mas conhecimento. Como os pais saberão qual é o perfil acadêmico de seus filhos e como adotar a metodologia de ensino adequada?


É importante que a família ao optar pelo regime de educação domiciliar, procure também o serviço de um profissional pedagogo ou psicopedagogo para auxiliar tanto na elaboração de um plano pedagógico, como na escolha da metodologia de ensino. Será necessária também o uso de tutorias para o ensino dos conteúdos e a equipe de tutores ou o tutor deve ser orientado quanto a abordagem a ser usada em ambiente de aprendizagem, seja presencial ou a distância.


A proposta de isolamento social é de três meses aproximadamente que vai de março a junho de 2020. De fato, acreditamos que o contexto de isolamento intenso pode passar, porém o mundo não será o mesmo após a pandemia do Covid-19. Importante pensar que neste momento a capacidade de adaptação ao contexto que mostra o nível de inteligência.


E as crianças com defasagem escolar já estão muito expostas a desigualdade de atendimento em espaço coletivo. Mesmo as escolas que ofereciam a tutoria mais individual, falhava no momento de adequação curricular. Os tutores não eram orientados sobre o que deveriam mediar. Na verdade, o papel de gerenciar toda a aprendizagem é do professor regente, que também não sabia como lidar com a situação.


A falta de formação ainda é um dificultador quando falamos de educação inclusiva. Não estamos de forma alguma defendendo que a criança deve ser privada de estar junto aos seus pares, mas será que ela pode estar com seus pares em outros tipos de atividades?


Sem dúvidas, é algo a se pensar....



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