O ano de 2020 foi marcado por uma modalidade de ensino nunca presenciada de forma tão marcante até então, principalmente na educação básica: as aulas on line. A partir de março as escolas começaram a lançar o conteúdo por meios de plataformas digitais seja pelo Meet ou Zoom e pronto ! Mal deu tempo de pensar no ambiente de aprendizagem.
Será que de fato é só necessário ligar o computador e pronto? Colhemos depoimentos de 10 crianças e adolescentes que enfrentaram dificuldades quanto a isto. Uma criança de 8 anos relatou que tinha que estudar pelo celular. A imagem era muito pequena e quando os professores compartilharam as telas, não conseguia ler o que estava exposto. Assim desanimava de continuar a tarefa. Uma menina de 10 anos, reclamou que ela só ouvia o que o professor falava, mas como o áudio do celular estava com defeito, não conseguia expor as suas dúvidas a não ser no Chat que nem sempre era respondido a tempo pelo professor. Uma garota de 7 anos esclareceu que a avó a ajudava esporadicamente e quando tinha dúvidas sobre um conteúdo, ia até a cozinha para perguntar e se perdia no caminho com outros estímulos.

E a reclamação geral foi principalmente a dos meninos que falaram que não aguentavam mais as meninas fazendo tantas perguntas no meio da aula, sendo que a professora já tinha explicado a matéria e elas ficavam mostrando se era daquele jeito mesmo.
Em síntese, foi observado alguns itens que comprometiam o desempenho acadêmico nas aulas on line:
Instrumento de acesso: celular, notebook, computador ou tablet.
Internet (travamento, baixa velocidade)
Fone de ouvido
Local separado para estudar
Cadeira inadequada
Monitoramento da aprendizagem
Encosto para os pés e costas
Atividade física após as aulas
Disponibilidade dos maquinários
Atividades sensorias para aliviar o stress causado pelas aulas
Diante disto, foi montado o Protocolo de Observação do Ambiente de Aprendizagem Remota (POAAR). O protocolo foi criado com a finalidade de verificar os impasses apresentados no ambiente de aprendizagem e que podem impactar de forma negativa ao não fortalecimento da aprendizagem. Ao mesmo tempo, orienta as famílias quanto ao maquinário, tecnologia e manejo adequado.

A avaliação usando o protocolo POAAR é feito por neuropedagogo em três sessões de forma remota, sendo uma entrevista com os pais e duas sessões com a criança ou adolescente. Após a avaliação, a profissional disponibiliza um relatório contendo as dificuldades apresentadas e estratégias viáveis. A profissional pode encaminhar a criança ou adolescente para intervenção caso haja necessidade.

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